MOMENTO DE REFLEXÃO

PAI/FILHO, PROFESSOR/ALUNO: EDUCADORES, SEMPRE !
Sebastião Rocha -


“Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:
‘- Me ajuda a olhar!’ “

(...)
Se um pai/educador escuta um "- me ajuda a olhar!", seja através da fala, dos olhos, das mãos, do corpo, do sonho, do choro, da dor ou da alegria, ele deveria sempre responder com um "- me ensina o que você viu!" Pois só assim haverá uma verdadeira educação, isto é, uma relação plural e entre iguais, de cumplicidade, conluio, apaixonadamente verdadeira.
(...)

Voltemos a Eduardo Galeano, agora em sua "Celebração das contradições/2": "..Somos, enfim, o que fazemos para transformar o que somos. A identidade não é uma peça de museu, quietinha na vitrine, mas a sempre assombrosa síntese das contradições nossas de cada dia " (in "O Livro dos Abraços").

- Me ajuda a olhar!?
- Me ensina o que você viu!?

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(*) Sebastião Rocha é educador popular, antropólogo cultural e presidente do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento - CPCD, organização não governamental, sem fins lucrativos, que atua no campo da educação popular e do desenvolvimento comunitário, tendo a cultura como instrumental e matéria-prima de ação pedagógica e institucional em Minas Gerais/Espírito Santo/Bahia, Brasil.

(**) Este texto é um fragmento do original, de 3 páginas. Em novembro de 1999, alguns parágrafos foram excluídos, com autorização do autor, para ser utilizado em apoio a trabalhos de capacitação ministrados pela antropóloga Inês Gonzaga Zatz. O texto original (de Sebastião Rocha) foi elaborado para subsidiar as reflexões dos educadores - pessoas e instituições - parceiros e envolvidos nos diversos projetos do CPCD. Belo Horizonte (MG), Brasil. Novembro de 1991.

PENSE NISSO !
“Não basta ensinar ao homem uma especialidade, porque se tornará assim uma máquina utilizável, mas não uma personalidade. Vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto. A não ser assim, ele se assemelhará, com seus conhecimentos profissionais, mais a um cão ensinado do que a uma criatura harmoniosa e desenvolvida. Deve aprender a compreender as motivações dos homens, suas quimeras e suas angústias, para determinar com exatidão seu lugar exato em relação a seus próximos e à comunidade”. Albert Einstein

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